domingo, 20 de abril de 2008

Afeições




O amor não é cego.Vê sempre as pessoas queridas tais quais são e as conhece na intimidade mais do que os outros. Exatamente por dedicar-lhe imenso carinho, recusa-se a registrar-lhes os possíveis defeitos, porquanto sabe amá-las mesmo assim.

Livro: Caminhos.

Chico Xavier

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A audiência.






Quando nos casamos as assinaturas faziam parte da sagrada consagração, as testemunhas eram toda a platéia de convidados sorridentes, fora as outras testemunhas legitimadas que subiram ao altar para assinar a papelada. Assinar fazia parte da cerimônia e era só um apêndice de um momento mágico e emocionante ... e assim foi cumprido o ato preparado previamente com muito esmero e carinho para que tudo saísse conforme havíamos planejado. Fotógrafos, amigos, parentes, nossos pais reluzentes de alegria e nós, os atores principais, saímos da igreja com o ar de vitória e um caminho a percorrer de uma vida a dois . Agora estamos nós na sala de audiência, desamparados e sós. Sem platéia, sem festa, sem vitória, apenas algumas trocas de palavras, como se tivéssemos nos conhecido naquele momento. Mal trocamos olhares, pois isso requer um grau de intimidade que já não tínhamos desde a separação de corpos. Mas isso não impediu que fosse um momento de muita comoção e tristeza. Muitas lágrimas saltaram dos meus olhos. Não eram lágrimas de arrependimento ou de querer dar um passo atrás, mas lágrimas de saudades do que já não era, e lágrimas do que poderia ter sido e não foi, e talvez nunca fosse. O fato é que é lamentável o fim, ali, na sua cara, de um adeus. Não me contive mesmo nas lágrimas, diferentemente do meu ex companheiro. Mas foi a forma de expressar a minha emoção, meio patético talvez, mas e daí? A serenidade dele não deixava transparecer os seus reais sentimentos do momento, ou talvez realmente estivesse sereno . Não me arrisco falar por ele, uma vez que tem uma educação de berço que poucos têm, mas que de certa forma, em algumas ocasiões camufla a verdade beirando a formalidade. Aliás como ele estava lindo! Acho que eu tinha desacostumado com as suas feições. Saí da sala para me recompor e retornei com uma postura mais firme. Quando sentei novamente, o advogado me advertiu dizendo que eu não era obrigada a assinar nada caso não quisesse, e eu retruquei dizendo-lhe que eu era emotiva demais, mas que podia seguir o procedimento. E assim foi.......tinha que passar por isso, legitimar e carimbar o fracasso da união e da inevitável perda, pois assim decidi mesmo sem ele querer, na época, poucos meses antes daquela audiência. Uma vez tomada a decisão talvez não esperasse que tivesse esse fim, mas queria uma mudança que o tempo revelou. O tempo realmente dá as respostas corretas, pois vi que apesar de eu ter tomado a decisão e ter ficado com o ônus, pois quem toma a atitude para os olhos de fora é o culpado pelo fim,vi que ele também já não tinha mais disposição para levar adiante o relacionamento. Mas há que se considerar que quando chega o fim a culpa é de ambos ou de ninguém, mas não necessariamente do corajoso que teve a iniciativa do término. Como disse o tempo me revelou que a fenda na nossa relação já não se fechava, pelo contrário se abria cada vez mais transformando-se num abismo. Eu numa ponta e ele na outra e nada no meio que transpusesse essa barreira e a possibilidade de uma reconciliação. Mas ainda que ele tenha tido a percepção mais tardia que a minha, ou se acovardado nos últimos momentos, o fato é que a vida em comum já estava sendo indigna para nós, e nós, naquela sala, apesar de toda minha comoção, tínhamos certeza disso. Fica então a lembrança dos ótimos momentos, o carinho, um amor de querer bem, a saudade....., e quem sabe depois a possibilidade de um novo encontro e de uma futura amizade.

Até a próxima!

Bjsss


Cris

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Pais solteiros...

Pessoal, vejam a última postagem nesse blog:
http://www.le-croissant.blogspot.com/

Eri.

sábado, 12 de abril de 2008

Minha querida amiga e agora colaboradora!!!!!

Quando me separei (há 7 meses) busquei ajuda em tudo que possam imaginar. Essa foi minha reação. Sei que algumas pessoas param, não conseguem sair do lugar, NORMAL! Mas comigo não foi bem assim. Não sei se porque foi tudo tão repentino e tão definitivo que senti uma necessidade de preencher aquele buraco o mais rápido possível. Nessa minha busca, li vários livros sobre o assunto. Alguns de pessoas que passaram por essa situação e resolveram relatar suas experiências na tentativa de ajudar os que estão vivendo essa dor. Daí pensei, porque não? NASCEU ENTÃO ESSE BLOG. Três meses após minha separação uma grande e querida amiga também se separa. Tem sido uma experiência ímpar nossa troca de idéias, sensações e conjecturas. Esses dias conversando, mais uma vez, porque não? Agora está ela aí, compartilhando toda sua sensibilidade conosco. Obrigada amiga!! SEJA BEM VINDA!!!!
Eri.

Solidão........










Essa é danada! talvez a ameaça principal desse período e num sentido mais amplo em vários períodos da vida. Mas no período pós separação ocorre uma invasão de sentimentos e o mais temeroso e ameaçador é a solidão. Veja, não é qualquer companhia ou em qualquer ambiente que você está disposta a ir, pois com qualquer um deles que não seja o que mais você se identifique, pode ampliar o vazio na alma, no peito que nada preenche. Daí você fica meio acuada, na retaguarda da vida e tenta se acolher se recolhendo. Tá certo isso passa, mas custa e custa muito. Na medida que você se recolhe você se busca e veja, não se acha de imediato. Estou dizendo isso por mim, mas isso tem um lado melancólico, triste, mas muito rico. E aí que você cresce, pois como dizem não há crescimento sem dor. Depois da fase de recolhimento, você percebe que o mundo não parou porque você o abandonou com as suas dores, e vem algo e te diz, vá , caminhe, desbrave outros horizontes, acione novas possibilidades.... e lá vai você meio aos pedaços mas de volta a vida. Daí você sai se tiver companhia, porque provavelmente todos os seus amigos já estarão casados, ou então com um pouco de esforço tenta se aproximar de alguma amiga, mas não se iluda mesmo a amiga solteira agora tem vários outros amigos com que ela sai frequentemente e que faz parte da vida dela, e se quiser sua companhia, vai ter que conquistar seu espaço novamente. Ou você acha que o mundo parou, e vai te acolher? é minha cara! difícil essa fase, mas é assim mesmo! mas sabe que daí eu percebo algo interessante? é que você só tem você mesma para sair dessa. Ah, sim você vai sair, encher a cara talvez, pegar aquela agenda velha ou buscar na memória alguém que possa ter feito parte da sua vida antes do seu ex-marido. Isso aconteceu comigo! saí, bebi, fiz alguns contatos com alguns da velha agenda mas voltei de novo a mim. E lá estava eu sendo a minha companhia, a melhor pois é a lei da sobrevivência, você dá o melhor de si pra vê se o mundo te responde com a mesma intensidade. É até bem legal você está completamente só, mas calma se estiver num cinema ou num shopping excelente! mas fui também a boates. Modernidade ou sobrevivência? acho que nesse caso tá mais pra sobrevivência. Legal! boate, paqueras, a " danada" da cachaça, algumas transas, mas........... A solidão é perversa mesmo, quando você acha que tá tudo indo chega o monstro ameaçador. Daí o tempo passa, você relembra dos bons momentos com o ex, vai pra yoga, vai pra academia, vai pra terapia, vai a missa, caminha com os cachorros, vai pra aula de música, e ainda trabalha. Mas essa é a rotina, até aí ótimo! ocupe todos os tempos vagos. Tá vendo não dependi de ninguém para fazer minhas atividades, só quase auto -suficiente, mas............ A solidão é amiga das horas e faz nossos relógios caminharem lentos........ Chega o fim de semana, esse sim é o âmago da solidão. Pois é o tempo livre, cabeça livre, pensamentos soltos, pessoas ocupadas com as suas famílias e aí minha amiga...... lá vem ela de novo. Tá certo vai, vamos deixar de queixas afinal eu ainda continuo sendo a minha maior companheira e a maior sabotadora também, pois nesse processo você fica muito tempo consigo mesma até se encher e sair por aí a procura de alguém. Só cuidado! porque na busca do seu espaço para a sua sobrevivência, você fica muito sensível , aberta e meio fragilizada pois você está de volta, e tem de se adaptar ao mundo. E é isso à medida que se entra fundo na solidão, quem sabe não é lá onde você vai estar? não se engane é só lá mesmo que você pode se achar, ou você acha que vai se encontrar em alguém?


até a próxima!

Bjsss Cris

sexta-feira, 11 de abril de 2008

0 que que há?



Olá pessoal,



Ontem fomos eu (separada há 4 meses) com a minha grande amiga de anos e iniciadora desse blog também separada há 7 meses. Gostaria de expor a minha percepção de mundo, pós- separação, que de fato te faz ficar mais crítica e talvez um pouco mais cruel diante de fatos que estão ocorrendo a nossa volta, e que de certa forma nos atinge, pois somos seres que vivem em sociedade e diante de comportamentos diria anti-éticos, ainda que não nos refiram a nossa pessoa, mas interferem e nos fazem refletir em que momento de mundo estamos vivendo. Calma lá, não achem que eu sou extremista ou puritana porque não sou nem um pouco, mas julguem-me da forma que lhes convier. Vamos aos fatos. Chegamos ao barzinho sentamos e brindamos com um chopp a dádiva de termos amigas que nos compreendam e que passam pela mesma situação. Papo vai papo vem e epa! encontramos o marido de uma amiga nossa ali se divertindo como se levasse vida de solteiro, até aí tudo bem. Não vejo o menor problema de cada um dos parceiros terem momentos com os amigos. Porém com a chegada de uma terceira amiga(essa ainda não casou) disse que o tal marido da nossa amiga vivia em bares e nas noites perambulando, com uma certa frequência. Tá bem na melhor das hipóteses a mulher dele deve ser uma pessoa muito liberal e deve saber que o maridão estava lá, apertando a mão e dando três beijinhos em garotas vitrines de cabelos coloridos, dentes branqueados, nariz plastificado e corpos "em forma", aliás todas bem padronizadas e quase indistinguíveis pois a produção da beleza" massificada" está nos tornando seres meio japoneses, assim como o vemos, muito parecidos. Ah! tá mas isso é um assunto para o próximo blog. Voltando ao bar, que mundo moderno não! Tá bem retomamos nossa conversa e epa! uma nova revelação de que um dos maridos de uma grande amiga das meninas foi visto no par perfeito, e que no seu perfil constava como casado, mas a procura de novas amizades e casos eventuais, que coisa moderna, não! Agora vamos a essência desses acontecimentos, o que que esses maridos buscam perambulando por aí seja de fato pela presença real ou pelo mundo virtual ? O que há com o casamento? desencanto, desinteresse pela(o) parceira (o) ou o desejo de aventurar-se pelo mundo e quem sabe arrumar uma por aí que tenha uma barriguinha mais sarada, dentes mais clareados, cabelos mais loiros, sedutoras a toda prova. Alguma sugestão?


Até mais


Bjsss Cris

O amor cega !!

Esse sentimento cultivado pelo comprometimento e conhecimento do outro, por vezes nos oculta faces em prol do romântico e a pessoa amada torna-se um ser ideológico e não aquele que realmente é.

Talvez todo "amor" seja mesmo um pouco cego. Afinal, quando amamos alguém, enchergamos muito mais suas qualidades que seus defeitos. E amamos os defeitos também. Mas até onde essa "cegueira" é saudável? Sim, porque é como disse no começo, chega um ponto que o outro já não é quem ele é e sim que você idealizou. E porque idealizamos tanto? Tanto, que o outro te machuca e você continua achando que não é por mal. Que ele não sabe o que está fazendo...
E uma hora, cai a ficha. A desilusão nos tira da ilusão. Como é difícil acreditar...
Eri