quarta-feira, 24 de setembro de 2008

1 ano...

Faz exatamente um ano que você saiu por aquela porta. A primeira sensação: o desespero. Depois o vazio e a dor. A dor lá dentro do peito que parecia que ia me consumir. Aos poucos, bem devagar, a dor foi melhorando. Fui me acostumando com ela. Ela ainda está aqui, menos intensa, mas está. Junto com a dor, veio também a culpa. O que foi que eu fiz? O que eu deixei de fazer? O que eu poderia ter feito diferente? Hoje, a culpa também continua aqui, de forma mais serena, pois entendo meus erros e minhas omissões, de certa forma, sei onde errei, mas sei que foi querendo acertar. E a mágoa, essa continua bem latente. A mágoa de não ter tido chance de tentar consertar o que estava errado. A mágoa por ter sido tão iludida. A mágoa por suas meias palavras e até por suas palavras de carinho e conforto, mesmo nos últimos dias, nos quais, imagino que já sabia o que queria. A minha mágoa é exatamente por isso: eu imagino, porque, no fundo, eu não sei como você chegou a conclusão que não dava mais. Mágoa por não ter divivido comigo. Não posso esquecer também da saudade. Nesse turbilhão de sentimentos, ainda tinha ela. O lado da cama vazio, a cadeira vazia, a casa vazia. A saudade também é minha companheira. Essa, na verdade, acho que será pra sempre. É claro que pra sempre não é todo dia...

Essa postagem, hoje, é especialmente escrita pra Cláudia. Aliás pras Claudias. A Cláudia foi um internauta que deixou um recadinho em minha última postagem dizendo que o marido dela tinha acabado de sair de casa e ela foi pro computador, desesperada, procurar ajuda. Esse blog tem esse intuito também, ajudar quem está passando por esse turbilhão que é a separação. Está fazendo um ano que me separei. E se tem algo que eu posso dizer a que está sofrendo assim é: cuide de você. Cuide muito de você. Hoje posso dizer que estou reconstruindo minha vida, depois te algum tempo com a sensação de que estava no "limbo". Hoje estou serena e tenho esperanças que voltarei a ser feliz. Como eu consegui isso? Cuidando de mim. Não poupe esforços, faça tudo, absolutamente tudo que te faça bem. Malhe, faça ioga, judô, caratê, dança, qualquer atividade física com a qual se sinta bem. Fique perto de quem gosta de você. Separação=rejeição, portanto você precisa sentir que é amada. Reze, reze, ore, medite. Deus está ao seu lado, acredite nisso! E divida sua dor conosco, falar cura!
Beijos carinhosos,
Eri.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Se Puder Sem Medo

Oswaldo Montenegro

Composição: Oswaldo Montenegro

Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Não sei se todas as pessoas que lêem esse blog, lêem o blog da Flavinha e como estou me sentindo exatamente assim hoje, tomei a liberdade de transcrever (com adaptações) a penultima postagem dela. Sinto falta do contrexto familiar e do companheirismo. Queria divivir algo muito importante que me aconteceu hoje...
"...Não sou a primeira mulher a estar separada e nem serei a última.O que me dói é saber que foi a única pessoa que amei em toda a minha vida, com quem eu fiz planos por pelo menos uns 50 anos e que me tratou dessa maneira. É olhar nos seus olhos e não reconhecê-lo mais pelas suas atitudes. (Nem pela aparência). É saber que os critérios que utilizou para terminar nosso casamento da forma como fez, é o mesmo que reduzir tudo que vivemos e passamos, ao limite do nada. É saber que escolheu viver ao lado de outra pessoa que não seja eu, reduzindo o contexto familiar e de companheirismo, apenas ao físico. É saber que, mesmo depois de tudo que me fez e me falou, com suas palavras duras, ainda seria capaz de olhar para você e dizer, "segura minha mão, vem comigo que a gente vai superar isso tudo."E mesmo depois de tudo isso, sabendo tudo que fiz pelo nosso relacionamento antes e depois dessa separação, você resumir apenas em "Você é uma ótima pessoa. " Pelo jeito nem isso eu consegui ser porque até mesmo para ser isso que diz que sou, eu merecia um término mais humano, mais coerente e mais justo. Na verdade, acho que NÓS mereciamos."
Fico pensando, será que todos os homens dão esse valor todo para o físico, a carne? Me identifiquei, mais uma vez, com a Flavinha. Não que meu ex tenha acabado o relacionamento especificamente por outra pessoa. Acho que agora ele até está com alguém, mas não foi por isso que ele terminou. Mas disse que tinhamos virado bons companheiros. Caramba, eu quero um bom companheiro... Claro que sexo, carne, físico são importantes, mas o companheirismo, os planos, toda a bagagem, o que passamos e superamos juntos? Ai, Ai, Ai, acho que tô regredindo...Socorro!
Eri.

sábado, 6 de setembro de 2008

Lar, doce lar



Oi Gente! tudo bem? quanto tempo, heim! pois é queria compartilhar com vocês um novo momento em minha vida, é que eu estou de mudança. Deixe-me explicar. Bem, depois da minha separação voltei pra casa dos meus pais, lá estava do mesmo jeito que eu deixei, parece até que o meu quartinho estava me esperando. Mas, desde então, não consegui me situar muito, é como se eu precisasse de ter meu espaço de novo, me sentia a mais em casa, na verdade me sentia uma visita na casa dos meus pais. Estranha sensação?!!!!
Quando você casa, você quer casa, mas descobri que quando se separa, também quer casa, entenderam? O fato é que quando você passa pela separação sofre uma grande perda, e o que mais precisa nesse momento é de aconchego e de uma morada pra se acolher. É muito cruel além de perder a pessoa ficar também sem a sua morada. Bem, passei esse tempo todo com muita vontade de ter o meu espaço de volta, e só agora consegui. Veja, só agora vou testar se realmente estou preparada. Acredito que tudo vem no tempo certo pois se tivesse sido antes, talvez ainda não estivesse pronta, mas agora creio que estou e isso só vou saber testando.
Demorei pra deixar tudo em ordem, mas também reformei o ambiente de que dispunha me atentando a todos os detalhes. Essa experiência está sendo muito interessante pois representa algo que vem de dentro pra fora. Nunca me meti tanto a dar uma de mestre de obra e arquiteta como agora, mas descobri que na verdade estou sendo arquiteta de mim mesma. Roupas velhas, objetos inúteis e quinquilharias ainda que guardassem várias lembranças me desfiz assim mesmo, mesmo que não tivesse outros pra substituí-los, mas o espaço estará lá reservado para a vinda de novos. Cada vez que entro naquele apartamento e arrumo alguma coisa, me coloco em ordem também , tudo que eu joguei fora me fez sentir mais limpa. Na verdade quando você arruma a casa você está se arrumando também. Quando pensei no que eu ia fazer com cada cantinho é como se eu estivesse me enchendo de carinho e de aconchego, por isso quero que o meu doce lar seja realmente o melhor lugar do mundo, pois ali representa o melhor que eu poderia dar a mim mesma.
Quero dizer a todos que estão passando por uma perda que por mais que pareça longe a felicidade acreditem que ela volta sim, pois o melhor do ser humano é a capacidade de adaptar-se e o não desacreditar que ser feliz é uma conquista diária e totalmente possível.
Bjsss a todos! e até a próxima bem mais breve rs...
Cris

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Obrigada!!!








Meninas e meninos,




Em primeiro lugar gostaria de agradecer-lhes a foça!! Vocês também são responsáveis pela nossa volta por cima. Obrigada Flavinha, Marshya, Sicrana e Fulana, Alone, Lu olhos de mar. Obrigada a todas as pessoas que passam por esse blog e nos ajuda a superar essa perda. Vocês são a principal razão de ser dele.

Queria aproveitar pra fazer um esclarecimento. A Cris, normalmente assina as postagens dela, então, quando não está assinada, provavelmente é minha (Eri). E não é por nada, mas é que esqueço mesmo. Mas vou fazer o possível pra assinar agora, em respeito a quem está lendo!

Quanto aos comentários nos blogs de vcs, 99% são meus. Também não é nada pessoal, é que minha querida amiga é p-r-e-g-u-i-ç-o-s-a até não poder mais!!! Mas saiba que ela as admira tanto quanto eu.


Beijos Eri






segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Registrado em cartório

" De acordo com a escritura pública, lavrada no Cartório tal tal tal, no livro xyz em tanto do tanto de dois mil e oito, fica averbada a separação do casal, sendo que o cônjuge feminino voltou a usar o nome de solteira. O referido é de verdade e de fé. Eu, fulano de tal digitei."
É isso que tá escrito no verso da minha certidão de casamento, isso é que é averbar a separação. É ir lá no cartório e pedir pra eles escreverem isso. (Precisei da certidão e tive que ir ao cartório hoje!)
E a minha dor, quem é que averba?